quarta-feira, 21 de agosto de 2019

Educadora grávida

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Estou com frequência pensando em retomar as postagens aqui, que fosse uma mensal, sobre todas as aventuras que tenho vivido dentro do Ensino Médio Integral em Tempo Integral (EMITI) em SC. Espero que eu consiga colocar em prática esse desejo de retomar o compartilhamento das experiência em Educação que vou tendo na vida...

Mas neste post, só quero compartilhar que estou grávida, minha primeira gestação... Isso me deixa muito feliz e também assustada, claro, porque é uma grande responsabilidade ser uma boa mãe, que educa uma criança para a vida, sendo sua principal referência....

Então eu começo minhas reflexões tendo como base uma visão que aprendi com a cultura Kindezi, que é olhar para esse novo ser como um "muntu", um SOL VIVO. Para saber mais, pode acessar este portal: http://wizi-kongo.com/aprender-kikongo/kindezi-a-arte-kongo-de-cuidar-de-criancas/

E que esse ser possa me iluminar, para que eu possa dar meu melhor e despertar seu melhor também, a cada dia.

Te amo, meu/minha bebê!

PS.: Estou na 16a semana.

terça-feira, 11 de setembro de 2018

Garotas super poderosas



Gente, hoje vou postar, rapidamente, sobre o time lindo do qual eu faço parte. São as Agentes Técnicas de campo do Instituto Ayrton Senna. O que fazemos? Resumidamente, damos assessoria às regionais e escolas que estão implantando o EMITI - Ensino Médio Integral em Tempo integral no estado. Às vezes trabalhamos de casa sozinhas, às vezes em co-workings, às vezes em reuniões virtuais, às vezes por ligação e muitas vezes viajando, visitando escolas e trocando com as equipes.

Trabalhamos muitas horas por dia e, devo dizer, ganhamos alguns cabelos brancos extra com tanto trabalho, hehehe.. Mas no fim da semana a sensação que fica é de grande admiração pelas equipes que estão lutando e se dedicando de corpo e alma a uma educação pública de qualidade em nosso Brasil. E uma alegria de poder fazer parte disso e de aprender tanto com essas grandes profissionais com quem eu convivo.

Posto aqui uma foto do nosso time, para ficar registrado como somos lindas hahahahahaha!!!! Da esquerda pra direita, atrás, Camila, Juliana, Renata, Gabriela, Michele, Jaque e, mais à frente, eu e Malu.

E pra quem não conhece o IAS, fica a dica de navegar pelo site e conhecer os vários projetos educacionais lindos nos quais ele está envolvido: http://institutoayrtonsenna.org.br/pt-br.html

domingo, 2 de setembro de 2018

It`s been a while

Nossa, quanto tempo!... Que reencontro tive nos dois últimos dias comigo mesma lendo esse blog. E que interessante perceber as voltas que o mundo dá, que eu mesma dei... e perceber que cheguei em um lugar que desejei há 4 anos, não exaaatamente, mas assim, resumindo e vendo o lado bom da história. O fato é que esse reencontro me acalentou o coração e acalmou um pouco as angústias atuais.

Vamos a uma retrospectiva?! Venho há bastantes anos pensando sobre educação, como já disse muito por aqui, tendo chegado ao conceito de educação integral enquanto estava nos Estados Unidos. Venho pensando sobre os processos de aprendizagem, os estilos, as experiências que nos correm, nos tocam e nos ensinam quem somos nós e qual nosso lugar no mundo - falo isso pensando no Jorge Larrosa Bondía.

Li em uns post anteriores que eu desejava trabalhar com formação de professores, para depois chegar a gestores... e li sobre os meus devaneios sobre materiais didáticos. Pois bem, diferente do que eu havia esperado que aconteceria em 2015, os caminhos "tortos" me possibilitaram permear esses espaços sonhados, de forma muito diferente do que imaginava. Que surpresa boa perceber isso com tanta clareza hoje.

Vou contar um pouco sobre o percurso. No fim de 2014 eu passei em um mestrado em Dance Movement Psychotherapy na Roehampton University, em Londres - uma das melhores da área de arteterapia - mas acabei não tendo a grana para me mudar para a terra da rainha realizar mais esse grande sonho, daqueles que o coração engrandece ao sonhar, e os olhos desaguam ao conseguir... Então, foi muito dolorida essa frustração de não poder ir, apesar de tantos esforços que eu despendi para essa grande conquista. Foi uma frustração muito dolorida mesmo. E demorou pra curar a ferida que essa situação e outras que vieram na sequência me causaram. Foram alguns tombos grandes em pouquíssimos meses, e eu saí bem machucada deles. Só agora estou conseguindo me reorganizar, pra ser bem sincera.

Pois bem, os fatos são: em 2015 eu fiquei desempregada e acabei pegando um "frila" em uma editora, que em poucos meses virou um "frila-fixo" como revisora textual de livros didáticos. Foi meio sem querer que eu fui, porque na época queria mais dar aula do que ficar sentada revisando o dia todo. No início meu corpo doía todo de ficar tanto tempo sentada em uma cadeira não tão confortável.. e meu coração doía porque eu queria mesmo era dançar. É... resiliência é uma competência muitíssimo desafiadora de desenvolver, dolorida, no meu caso, literalmente.

Ali na editora eu conheci mulheres inspiradoras, fui valorizada pela minha chefe e aprendi muitas coisas, sobre livros e sobre a vida. Em três anos me qualifiquei como revisora e preparadora textual, entendi o processo de produção de livros (algo que sempre me fascinou) e refleti mais e com pesar sobre como nosso sistema educacional é atrasado, como nosso sistema público de educação é frágil e como estamos formando cidadãos igualmente frágeis, tristemente.

Em 2017 a vida me deu mais uma rasteira avassaladora, eu perdi minha avó-mãe em janeiro, um mês depois de o Lê, meu tio-irmão ter ido morar na Austrália. Foi como se eu tivesse perdido qualquer parâmetro sobre o que é ter uma família, um lugar pra voltar, um porto-seguro. A ausência dos dois por perto de uma só vez me quebrou em pedacinhos bem pequenininhos... eu não consegui fingir que conseguiria continuar a caminhada, eu não podia mais andar por aquele mesmo caminho.

Então eu parei tudo, e me deixei viver o luto, que acabou me trazendo para outra cidade, outro estado... onde eu voltei pro útero, de certa forma. Eu precisava estar perto de água, da natureza, pra tentar viver sozinha a dor e me curar em algum momento... Em maio, eu desfiz da minha casa em SP, peguei minhas (muitas) tralhas, minha cachorra Jess (que adotei em abril de 2015) e minha gata preta Feliz (que peguei na rua em Araxá no reveillon de 2014-15) e desci de van com uma colega para Floripa, a ilha da Magia - onde eu não conhecia ninguém e não tinha nada me esperando.

Aqui na ilha eu sofri sem ter que fingir nada pra ninguém.  Fiquei sozinha na cama dias, fiquei sem banho, sem comer, sem sair de casa, perdi minha gata queridíssima, sofri mais, achei que não ia nunca mais sorrir... mas aqui também comecei a recuperar minha conexão com a natureza, passei algumas horas contemplando a lagoa e me enchendo de beleza, outros dias conseguia fazer uma caminhada mais longa e ia ver o mar, sentir a maresia, outros dias comecei a interagir com vizinhos, com pessoas na rua, então eu me apaixonei por um cara, que acabou se tornando um grande amigo (ai esse mundo gay! rs), e fiz uma amiga com quem acabei indo morar, voltei a dar aulas de português para estrangeiros... e a vida foi devagar voltando a fazer algum sentido. Nesse meio tempo tive que voltar a SP para um frila na editora, porque a grana tava curta e tenho essa porta ainda aberta... mais um desafio que consegui vencer, ufa!

Foi no fim de 2017 que eu recebi um e-mail surpreendente, em resposta a um currículo que enviei sem muita expectativa, marcando uma entrevista para uma vaga no Instituto Ayrton Senna. Foi um processo seletivo bem interessante e eu fui confiante dar uma aula-teste que preparei com muito amor, muito cuidado e confiança. Passei! Em janeiro deste ano iniciei meu trabalho como Agente Técnica do IAS, em uma parceria com a Secretaria de Educação de SC. O que isso significa? Bem, resumindo, eu dou assessoria na implantação de um programa chamado Ensino Médio Integral em Tempo Integral (EMITI) para sete escolas, de quatro regionais diferentes. Ou seja, cá estou eu trabalhando com educação integral, que tanto me interessa há tanto tempo. Yey!

É um trabalho muito desafiador, muitas vezes cansativo, mas absurdamente recompensador. Eu aprendo muito sobre tantas coisas que me interessam, também aprendo formas novas de me organizar (desafio de vida) e posso ver coisas lindas sendo feitas na educação pública brasileira - muitas vezes me emociono com o que vejo e escuto. Tenho uma profunda admiração pelas comunidades escolares envolvidas e comprometidas com essa formação integral dos jovens e sou extremamente grata por poder fazer parte disso. Claro que nem tudo são flores, há muitos espinhos, sim... Mas eu prefiro focar nas flores, são elas que nos inspiram a continuar buscando a beleza no mundo.

Bem, esse é um resumo de um grande ciclo de quatro anos sem postar. Ciclo de muitas perdas, mas muitas novas possibilidades. Um ciclo de morte e de renascimento pessoal. Mais um recomeço que estou finalmente compreendendo como tal. Esses momentos de retrospectiva realmente são necessários e me ajudam a compreender o caminho que estou trilhando.

Vejo agora que chegou o momento de aceitar e abraçar a chance de dar sentido à vida que tenho, à caminhada que venho realizando. De aceitar essa fase da vida como mais um passo na construção do meu projeto pessoal... que vai se delineando e se mostrado bem lentamente para mim. Paciência é uma virtude, hehehe... Só desejo que eu tenha a força necessária para continuar dando os passos necessários rumo ao meu propósito de vida! Voltei ;)


domingo, 2 de novembro de 2014

Os passos de uma empresa minha



Minha empresa começou com a ideia de fazer traduções, pois assim poderia morar em qualquer lugar do mundo ganhando meu dinheirinho... mas recentemente ela foi se transformando pra algo que muito me agrada, chegando no formato Aulas de Português para Estrangeiros, em parceria com o Juliano Pianelli, meu amigo e companheiro de sonhos de ensino. Estamos tipo "recém-casados", numa produção intensa de sonhos, projetos e concretudes.. só alegria!!!! :D

Jajá terei mais novidades... Estamos no "Útero" produzindo, tendo um domingo super produtivo feliz! EBA EBA EBA! Os primeiros passos para dominar o mundo estão sendo dados!

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Formação de professores

Quanto mais eu leio sobre as incríveis e lindas inovações que estão sendo construídas no Sistema Educacional brasileiro, mais eu penso sobre qual é o professor que conseguirá implementar tudo isso?

São muitos conceitos enferrujados e arraigados em cada um de nós, porque eu me incluo com certeza nesse grupo. Quanto mais eu tento fazer coisas bacanas com meus alunos, mais difícil é porque eu não tive essa experiência como aluno.

Então eu fico cada vez mais inclinada a me focar agora em formação de professores (eu no momento), coordenadores (começando a me aventurar) e gestores (plano de futuro próximo) para que as escolas de fato funcionem como queremos (nós sonhadores de mundos melhores) e por isso a necessidade urgente de uma educação melhor, ou como venho lendo "integral", que se permita evoluir, mutar, com as necessidades do mundo e do ser humano a cada nova época.

Tenho encontrado pessoas inspiradoras no caminho e sinto que estou finalmente caminhando para um lugar profissional que me deixa muito feliz, além de caminhar para um tema de mestrado que me interessa, depois de uma longa busca interna. Veremos... Vou postando as ideias aqui vez ou outra.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

A complexidade do processo de formação do ser humano

Já faz bastante tempo que eu tive meu primeiro contato com a Teoria da Complexidade e isso foi um grande marco na minha vida, porque me fez abrir a forma com que eu via/lia/organizava o mundo. Aliás, organização é algo que sempre me faltou, minha mãe que o diga.

Sempre busquei organizar meus pensamentos, minhas vivências, meus desejos, meus dramas em "caixinhas" em que fizessem sentido, de forma com que eu aprendesse com cada coisa que me havia passado, cada experiência... mas não, eu nunca fui muito feliz nessa tarefa.. as coisas sempre ficaram muito perdidas na minha mente, tudo me era sentido.. e colocado para fora de forma mais "intuitiva" que racional, mais em forma de movimentos do que de palavras. Minha forma de expressar era assim também caótica muitas das vezes. Assim como minhas gavetas, claro.

E talvez seja daí que veio minha fascinação, após a dança, pelas línguas. Uma busca por me comunicar melhor, por formas de tirar de dentro de mim tantos pensamentos e vivências e conflitos...

Mais tarde essa busca se transformou em um desejo de me expandir ainda mais e ver o mundo, experienciá-lo e entendê-lo melhor só então. Entender os sistemas que gerem o mundo, as lógicas que me fugiam. E assim comecei a perseguir o sonho de viajar pelo mundo, falar línguas, dançar, me divertir, de formas diversas, com pessoas diversas, em meia a culturas diversas...

E só depois de muito tempo consegui me organizar suficientemente para colocar esses planos digamos "concretos" em ação. Uma grande realização, primeiramente. Um maravilhamento por cada nova coisa que surgia diante de mim.

Mas a necessidade de achar caixinhas internas para as coisas e organizar minhas emoções ainda existia, não estava desenvolvida essa capacidade de organização ainda, não da forma necessária para digerir tantas e tão intensas experiências. E assim eu mais me perdi do que me encontrei, eu mais me baguncei e me angustiei e questionei, mais do que achei a "minha casa" e respostas pelo mundo.

E hoje, depois de anos "matutando" sobre Complexidade, a vida, a Arte e outras tantas coisas, eu resolvi começar a colocar no papel todas as divagações que eu venho tendo entre a Teoria da Complexidade, O processo de Aprendizagem humano, O Sistema educacional, As inteligências múltiplas, e acho que mais um pouco, tudo em uma sistematização complexa que eu nem mesmo sei fazer, mas que decidi ao menos começar a tentar fazer virar algo concreto finalmente.

Complexo é a palavra deste post, com certeza. Porque é a palavra da minha mente, dos meus processos (e de cada ser humano), do sistema social em que vivemos, incluindo o sistema educacional - que mais me interessa... pra mim é uma grande verdade que foi teorizada. Viva!

E ao menos agora eu entendi que o que eu preciso mesmo fazer agora é buscar as ferramentas que não existem na minha caixinha, para adaptar e enquadrar tantas teorias em algo que faça algum sentido para mais alguém, depois de mim mesma, e que me ajude a dar continuidade em quem sabe um projeto de Mestrado, o mais genuíno que eu já tive e que nunca fiz acontecer.

Boa sorte para mim! E que nesse caminho eu consiga escrever coisas com mais sentido, menos malucas e nonsense.. Amém! e etc... Eu volto aqui pra reescrever isso tudo depois... Será?...

segunda-feira, 24 de março de 2014

Um pensamento sobre Sistemas Educacionais

Eu tenho ensaiado postar diversas fotos e percepções sobre lugares que passei, mas na correria de atividades, pensamentos e descobertas que tenho vivido acabei não o fazendo. Mas hoje eu preciso postar algo, de forma mais geral, um "desabafo" a ser melhor desenvolvido em breve...

Tenho sentido e conversado sobre isso com amigos evolvidos na educação no Brasil, várias ideias vão surgindo de possíveis caminhos profissionais para mim, ideias de projetos a serem implementados em instituições diversas, mas ainda tudo um tanto abstrato e confuso para mim, um dia falarei sobre isso.

O que sei é que algo que tem chamado muito a minha atenção ultimamente é como eu percebo as crianças e jovens com os quais tive contato aqui nos Estados Unidos e pelos lugares que passei na Europa como sendo mais equilibrados em suas atividades rotineiras e conscientes de seus processos de aprendizagem. O que eu quero dizer? Muitos deles sabem, por exemplo, desde cedo o conceito de estilo de aprendizagem e qual é o deles, o que os ajuda a saber como devem aprender mais efetivamente. Nunca vi isso no Brasil, o que deve acontecer em pouquíssimas escolas de elite, quem sabe? Eu sinceramente não.

Eles estudam coisas mais amplas importantes para sua compreensão geral do mundo (que me parece de forma geral ao menos um pouco mais eficiente do que as aulas de Ciências, Matemática, Geografia e afins no Brasil) e de desenvolvimento do ser humano (como Psicologia, Debate, Atividades físicas, etc), então focam no que querem se especializarem (com ajuda de Conselheiros escolares/acadêmicos e tantos outros suportes que têm). Mas importante também é que sempre mantendo em mente o que são seus hobbies e os levando tão à sério quanto as atividades acadêmicas/escolares. Sabendo da importância deles na sua formação e felicidade, sua vida pessoal. Além do desenvolvimento artístico como parte do processo criativo natural de todo ser humano, não necessariamente como um "dom" e/ou profissão a ser seguido.

Claro que existem uns mesmos estereótipos de estudantes pelo mundo, até onde eu sei... e que existem pessoas que não têm acesso a boa educação em todos os países... mas os que têm a chance e querem mesmo, acham muito mais nesses lugares "avançados" do mundo que no Brasil e outros tantos países, isso com certeza. E sei que estou super generalizando e que tive contato com tipos específicos de pessoas, mas mesmo assim. São essencialmente o mesmo "tipo" de pessoas que eu tenho contato e amizade no Brasil e a diferença de forma geral é bastante grande. Especialmente no fazer mais do que falar/prometer. Fico pensando tudo o que ainda precisamos percorrer no Brasil, o que pode ser um pouco desanimador às vezes, mas na maior parte do tempo me parece uma grande luta que quero fazer parte da forma mais ampla e ativa possível. Ideias de formas para melhorar a formação humana e de cidadãos no Brasil não me faltam, só falta entender o cargo que me possibilitará colocá-las em prática. Eu chego lá.

Uma observação final é sobre blogs e sites sobre educação em inglês que eu amaria ver em Português também, como por exemplo um que leio sempre: http://www.edutopia.org/

Ser brasileiro não é fácil quando se quer alcançar níveis "básicos" de primeiro mundo.. só arregaçando as mangas e partindo pra luta, porque temos chão ainda pra percorrer viu.. ô se temos..